terça-feira, 25 de novembro de 2008

There is truth in data!

Eu tenho ficado cada vez mais viciado em dados. Não, por enquanto eu ainda não fui a Las Vegas ou Atlantic City. Quando eu digo dados, eu quero dizer informação ou números em uma planilha, se você preferir dito dessa forma. Antigamente os estatisticos tinham um grande trabalho compilando varios livros, indo de casa em casa fazer entrevistas, contando coisas, ... e, se voce queria saber algo sobre você mesmo (em termos numéricos), a única saida era ser uma pessoa meticulosa e ficar anotando coisas como: quantas vezes tomei Coca Cola essa semana ou, quanto tempo eu demorei lendo o jornal hoje. Com a Web tudo isso mudou. Medir comportamentos é muito facil. Um anunciante na Web sabe exatamente quantas pessoas viram o seu anuncio, quantas dessas pessoas que viram, clicaram e quantas das que clicaram no anuncio de fato compraram o produto. Além do fato de o anunciante conseguir exibir anuncios só pras pessoas que interessam a ele. Ok, eles sempre conseguiram fazer isso de certa forma. Se eles queriam exibir anuncios para donas de casa, a novela das 6 era a mais indicada. Para pessoas que chegam do trabalho, talvez a novela das 8, pra crianças, no comercial de desenho animado, homens de 20 ou 30 anos no intervalo de jogos de futebol, e por aí vai. Mas nunca foi tão facil fazer isso como na internet. Os mecanismos de busca sabem o que o usuario esta buscando e podem exibir anuncios relacionados a isso. Embora Sponsored Search Auctions seja um assunto interessante, não é sobre isso que eu queria escrever.

Recentemente, percebi que o Google Reader tem uma opção trends onde dá pra ver o perfil de utilização do usuário. Normalmente eu olhos os feeds (news, blogs, comics,...) que eu assino quando estou meio cansado do trabalho. E em geral fico trabalhando no computador durante a tarde. Esse é meu perfil de utiizacao do Reader ao longo de um dia, ou seja, quantos posts eu leio a cada hora:


Impressionantemente tem um horario que eu perco bem mais tempo no Reader - que eh quando eu começo a ficar mais cansado de ficar programando, estudando ou seja lá o que eu estiver fazendo. Ainda, olhando meus posts de acordo com o dia da semana, dá pra ver que:


segunda feira eh o dia que fico mais tempo no Reader. Gosto muito dessa minha medida de ficar perdendo tempo quando eu deveria estar estudando.

(Uma nota: um aluno de primeiro ano de estatística seria tentado a logo imaginar que esses dados seriam uma gaussiana. Eu também pensava assim. Embora gaussianas sejam ubiquas por causa do Teorema Central do Limite, nesse caso não temos uma exatamente, mesmo tendo um volume grande de dados. Isso acontece porque vários fenômenos sociais interferem no horário que as pessoas mandam ou lêem posts)

Outro dado interessante eh a estatistica de acesso do meu site. Tenho um site com alguns cadernos que tinha na epoca do IME escaneados e o Google Analytics mantém estatísticas de acesso dele. Abaixo o grafico de acessos vindos do Rio de Janeiro:


Eu consigo predizer quando sao as provas no IME só olhando pro perfil de acesso do meu site. Achei essa estatistica bem interessante.

domingo, 16 de novembro de 2008

Meu dentista, a Wikipedia, o numero pi e a fé em probabilidades

Eu sempre tive um pé atras com probabilidade - sempre pensei se era realmente um bom modelo para se tomar decisoes. As vezes nos guiamos por ela e acabamos nos dando mal. O tempo de espera na sala do meu dentista nunca foi uma distribuição exponencial. Nunca acreditei também naqueles fittings que a gente fazia de dados no Laboratório de Fisica ou dos nossos experimentos com paquimetro na escola e nos primeiros anos de faculdade. Eram cheios de erros grosseiros e no fim, sempre tínhamso que ajustar um pouco os dados pra obter algum resultado interessante. A culpa não era nossa, era do Teorema Central do Limite. Em termos bem básicos, se você tem um processo complicado mas cuja soma são vários processoszinhos simples você obtém no final, uma distribuição gaussiana. O problema é que nós em geral esperamos que vamos jogar 20 moedas para cima e, puf! uma gaussiana. Não é bem assim que funciona, o que leva a gente a se desencantar com probabilidade e estatística. Esse artigo é para que você não fique ranzinza e descrente.

Ok, queremos achar coisas bonitas, como aquelas distribuição dos livros. Com poucas moedas, a nossa experiencia diz que isso não é possível - mas e com muitas moedas? Eu sempre tive vontade de analisar quantidades imensas de dados - como o banco de dados de compra da Amazon, a rede de relacionamento do MSN ou faturas de cartão de crédito. Infelizmente essas são todas informações proprietárias. Existem informações livres - como o grafo da web, que são muito interessantes, mas grandes demais para se analisar (pelo menos no meu computador). Há, no entanto, um grafo muito interessate e aberto: o da Wikipedia:http://download.wikimedia.org/

E você nem precisa fazer um crawler, já tem tudo bonitinho, em xml. E vc pode processar ele durante a noite no seu computador. Ele tem aproximadamente 2*10^6 nos. Os datasets tem todos os dados historicos - o que é muito interessante, porquê você pode ver como grafos evoluem no tempo. Abaixo tem um log-log plot do histograma de frequencia dos graus dos vertices da wikipedia (in-degree de um artigo é quantas páginas linkam ele, e e out-degree é o número de links ele tem pra outras páginas):

Achei impressionante como de cara você obtém (sem truques, modificações, filtros, ... ou seja, sem roubar) uma curva de uma distribuição bonitinha. A linha reta nos graficos log-log (também chamados logscale) é característica de distribuições como power-laws e log-normals. Essas distribuições aparecem de forma bastante ubiqua em fenomenos socias, como tamanho de cidades, frequencias de palavras em textos, distribuição de grau pelos vértices de um grafo do mundo real (Web, redes sociais, paginas da Wikipedia, ...). Aqui tem um ótimo survey sobre isso.

Mas voltando a falar do dataset - eu fiquei emolgado de processar dados desse tamanho (o arquivo descomprimido tem 300GB e não, eu não tenho HD pra isso - tem que processar comprimido - quer dizer, ir processando a medida que você vai descomprimindo). Isso claro, ocupou meu computador por uma noite inteira - mas ok, ele não tinha nada mais interessante pra fazer. Todo esse processamento me deixou preocupado em estourar a memória RAM, então eu fiquei olhando o que acontecia no System Monitor. Eu aviso logo: abrir o SystemMonitor é que nem colocar um aquário ou uma lava lamp no seu escritório - você vai perder um certo tempo de trabalho babando na frente daquelas curvas coloridas e tentando colocar alguam ordem naquele caos.

A primeira coisa que me deixou feliz foi descobrir pelo System Monitor que meu computador tinha 2 processadores. O mais interessante foi ver o uso dos processadores: eu tinha esse grande processo de analise da Wikipedia que era muito pesado e vários processos mais leves abertos - Firefox, editor de texto, ... Pelo screenshot da direita do meu System Monitor, parece que esse processo grande ficava toda hora trocando de processador. Achei isso interessante. Eu nunca parei pra olhar como o escalonador do Linux funcionava, mas fiquei curioso depois dessa.


Para fechar: se você ainda não recuperou sua fé na probabilidade, tente calcular o número pi jogando agulhas no chão de ladrilhos (siga o link pra ver do que eu estou falando). Isso foi outra coisa que me ajudou a crer. Ainda estou procurando algo que vá me fazer crer na regra de Bayes.

domingo, 9 de novembro de 2008

Ariane e os perigos do overflow



É sempre bom ver esse video antes de começar qualquer projeto grande de software. Meu pai tinha um livro interessante sobre os grandes desastres da História da Medicina - era um livro bem interessante que contava, dentre outros, um caso de uma cirurgia onde morreram o paciente, o médico e um espectador (a muito tempo atrás, no século XIX eu acho, cirugia tinha platéia). Outro bom livro sobre desastres é o ótimo Caixa Preta de Ivan Sant'Anna. Eu li a muito tempo, mas ainda lembro da descrição daqueles três famosos acidentes da aviação brasileira. Eu tenho quase certeza que deve haver um livro semelhante sobre os grandes desastre da Engenharia de Software, mas eu não conheço. De qualquer forma, o Ariane V certamente deve figurar como um dos bugs mais caros da história.

Seguindo o link da Wikipedia para o "Ariane V" acabei lendo duas coisas sobre as quais me deu vontade de falar: HAL 9000 e a Princesa Margriet da Holanda. Primeiro sobre o HAL:

In the 1968 novel 2001: A Space Odyssey (and the corresponding 1968 film), a spaceship's onboard computer, HAL 9000, attempts to kill all its crew members. In the followup 1982 novel, 2010: Odyssey Two, and the accompanying 1984 film, 2010, it is revealed that this action was caused by the computer having been programmed with two conflicting objectives: to fully disclose all its information, and to keep the true purpose of the flight secret from the crew; this conflict caused HAL to become paranoid and eventually homicidal.
Ok, o HAL é um bug bem pop da história da computação. Ele foi programado com objetivos conflitantes que o levaram a ficar paranóico - ok, isso é interessante. Mas o que é ainda mais interessante é que objetivos que nem parecem tão conflitantes, podem levar a resultados inesperadamente desagradáveis. Essa semana vi um ótimo exemplo disso - o Teorema de Arrow. Pode ficar tranquilo que eu não vou entrar em detalhes muito matemáticos (mas se você quiser, sempre posso indicar um livro). Vamos ao resultado:

Temos n pessoas e m candidatos. Cada pessoa rankeia (ordena) os candidatos segundo suas preferencias. Um esquema de votação é um método que toma todas essas preferencias individuais e produz um unico ranking. Duas coisas aparentemente bem razoáveis de se pedir de um esquema de votação são: (i) Unanimidade: se todos escolhem o mesmo ranking, esse será o ranking final escolhido e (ii) Independencia das alternativas irrelevantes: a posição relativa dos candidatos x e y no ranking final só deve depender das posições relativas de x e y em cada uma das preferencias individuais (em outras palavras, não deve depender de um outro candidato z. Isso parece bem natural, no entanto, o Teorema de Arrow diz que o único esquema de votação que satisfaz esse critério é a ditadura, ou seja, escolher um individuo i no grupo e tomar o ranking final como a preferência individual de i. Acho sempre bonitos esses teoremas que violam a intuição (como o Paradoxo de Tarski-Banach). Eu vou me furtar de comentar de possíveis implicações sociais e filosóficas do Teorema de Arrow, até porque sou um grande fã da democracia, mas é sempre bom prestar atenção a condições aparentemente inócuas que levam a coisas possivelmente bastante indesejadas.

Ah, sim, eu falei que ia falar também da Princesa da Holanda. Eu procurei Ariane na Wikipedia e um dos links no Disambiguation era a Princess Ariane of Netherlands. Mas não é dela que eu quero falar. Me lembrei da história de outra princesa - a Princesa Margriet. No começo do ano eu estive no Canadá e fiquei impressionado com a quantidade de tulipas na primavera em Vancouvert. E lembrei da Holanda (não que eu tenha visto muitas tulipas na Holanda, porque só fui lá no inverno). De toda forma, o Canadá está ligado à Holanda de uma forma bem interessante que não tem a ver com Vancouvert (e eu só estou escrevendo essas coisas para dar uma falsa impressão de continuidade no meu texto).

Um pequeno pedaço do Canadá já se tornou território holandês de uma forma bem inusitada. A família real holandesa morou em Ottawa no Canadá durante a ocupação nazista da holanda. Nessa época a rainha Juliana estava grávida e, naturalmente, uma princesa holandesa não pode nascer fora de terrirório holandês. A solução encontrada foi declarar a maternidade território holandês, para que a princesa não nascesse fora de seu país.

Gosto muito dessas histórias pequenas e interessantes. De toda forma, ando meio preocupado de uma parte considerável da minha expansão cultural se dar via a Wikipedia. Não sei até que ponto estou ficando dependente: de toda forma, não é muito saudável interromper horas produtivas de trabalho para ficar lendo sobre leis inglesas de naturalização ou sobre o pescoço das mulheres em Burma.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ithaca no Google Maps


Recentemente fiquei muito surpreso e feliz com algumas funcionalidades do Google Maps + Picasa. Já a algum tempo gosto de brincar nos dois, criando mapas e linkando eles com minhas fotos de viagem. Recentemente fui pra Nova York pra passear no fim de semana e tirei umas fotos com o iPhone (isso,eu cedi à tentação consumista e comprei um. Esse país é assim mesmo). Então fiz upload das fotos do iPhone pro Picasa. E pra minha surpresa as fotos já vieram com a sua localização! O Picasa criou pra mim um mapa com os locais onde eu tirei cada foto (aqui).


Aliás, ultimamente eu tenho ficado muito surpreso com a tecnologia. Como turista, eu sou particularmente desorientado quando eu chego em uma cidade nova - era em geral sempre assim na Europa, e graças ao Siqueira e ao Nicodemos eu me safava. Mas Nova York foi meio diferente. Eu consegui me orientar bem por uma série de fatores: uns mias ou menos relacioandos a tecnologia. Além de eu já estar bem mais acostumado a viajar do que naquela primeira viagem a Europa, a geografia de Nova York ajuda bastante: ruas dispostas em um grid, numeradas, e um bom sistema de transporte publico que eu diria que é razoavelmente intuitivo. Um bom sistema de transporte publico é o que em geral não falta na Europa, mas o intuitivo e as ruas dispostas num grid, isso eu não lembro. Não estou dizendo que isso seja bom ou ruim, só que ajuda mais ou menos a pessoa que não conhece a cidade. Mas, bom, o que me ajudou mais foi o Google Maps embutido no iPhone.

Sem querer fazer propaganda da Apple mas já fazendo, o iPhone me ajudou de várias maneiras:
  • querendo achar uma loja da Godiva, foi só digitar "Godiva" no search e ele me mostrou um alfinete vermelho em todos os pontos próximos onde havia uma loja Godiva
  • estando perdido no meio do Central Park, o GPS me disse exatamente onde eu estava...
  • ... e ainda me deu o caminho de onde eu estava pra o Metropolitan Museum
  • querendo comer em um determinado restaurante que me recomendaram, ele não deu só a localização e como chegar lá, mas os horários que estava aberto e reviews de pessoas
Ok, vocês já podem imaginar os revezes dessa tecnologia - que são os revezes que qualquer uma dessas novas tecnologias. Deixa a gente meio dependente. Eu que já era meio dependente de e-mail, passei a checar ele em tempo real. Se antes eu olhava o GMail sempre que abria o computador, agora olho sempre que entro no ônibus, sempre que entro no elevador, ... - ou seja, qualquer brecha de tempo que antes era perdida agora é usada checando o GMail (ou seja, continua sendo tempo perdido!). É importante olhar pras pessoas a nossa volta no elevador, ou pra paisagem na janela do ônibus, ... por mais importante que sua caixa de e-mails possa parecer. Eu sei, por enquanto tô curtindo a novidade, mas logo devo ter que passar por uma desintoxicação.

Em tempo: Ithaca (a cidade do estado de NY onde fica Cornell) agora tem um ótimo zoom na visão de satélite do Google Maps. Dá pra ver toda a univesidade. Engraçado que uma parte da universidade está "blurred" - deve ser algo secreto, não sei bem. É logo a parte perto da minha casa. E nem são os laboratórios dos quais falei no ultimo post. É algo que não sei direito do que se trata, mas vou investigar... Aliás, acho isso muito interessante, tem umas áreas apagadas no Google Maps, como essa no deserto do Novo Mexico. Mas engraçado que a visão de satélite não é apagada. Não se explicar a razão.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Reatores e Aceleradores


Cornell é um lugar muito bacana - sempre descubro uma coisa nova a cada dia. Outro dia foi bem interessante, ainda mais que estamos nessa onda de fisica de particulas, fim do mundo, LHC, e outras piadinhas com esse sabor (antes do LHC ser ligado pela primeira vez, o TGIF de Cornell foi adiantado pra terça feira:

"While the pundits disagree on the various blogs whether the final activation of the Large Hadron Collider experiment on Sept 10 at 3:30am Ithaca time will destroy the entire universe by creating a vacuum bubble or just earth (by creating a black hole, strangelet, or magnetic monopole), the event clearly merits a special final TGIF"

Bom, mas isso é passado e não é sobre isso que eu queria comentar. Eu estava correndo no campus quando vi outra pessoa também fazendo sua corrida matinal, e ela entrou por um caminho que eu não conhecia pelo meio do mato. Como é meu objetivo nesse primeiro mês conhecer a faculdade (sim, o campus é enorme, acho que nem em 5 anos vai dar pra conhecer tudo). Sim, mas eu entrei por esse caminho e fui correndo. De repente parecia que eu estava numa daquelas estações da Dharma initiative (se você não vê LOST, siga o link pra Wikipedia). Foi divertido - parecia mesmo - um laboratório estranho, no meio do nada, sem muita gente por perto. Bom, depois eu voltei e fui procurar o que era.

Descobri que havia um Laboratório Synchrotron aqui na faculdade. E que os tuneis subterrâneos passavam por baixo de vários lugares onde eu frequento (tudo bem não passa pelo Engineering Quad, que é onde eu passo quase todo o meu tempo). Foi uma das minhas maiores surpresas depois do almoço grátis durante o seminário de AI.


Falando de tecnologias estranhas, o laboratório de Engenharia Nuclear que aliás tem um reator em pequena escala fica do lado da computação. Engraçado, porque no IME, a engenharia nuclear também ficava ao lado da computação. Achei interessante a coincidência.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Pinguim Novo

Agora que eu estou com um certo tempo livre em casa, resolvi mudar para a versão nova o Ubuntu - o Hardy Heron (ou 8.04) - eu acho que é isso. Espero não estar errado, porque, embora sempre muito criativos (Warty Warthog, Hoary Hedgehog, Breezy Badger, Dapper Drake, Edgy Eft, Feisty Fawn, Gutsy Gibbon, ...) acho sempre complicado identificar qual o animal da vez. Demorei até descobrir que Fawn significava veado e Gibbon é o simpático macaquinho da foto abaixo. Até agora estou tentando descobrir o que é Eft.

Nomes a parte, fiquei muito feliz com o Hardy Heron. A minha rede wireless, meu som e minha placa gráfica foram reconhecidos sem nenhum esforço - diferente do que acontecia com seu antecessor, o Gutsy. Coisas como integração com a rede Windows parecem muito mais simples. Eu tive uma pequena instabilidade devido a um bug no Xorg pra quem tem chipsets Intel, que pelos foruns do Ubuntu, parece que muita gente com laptop teve. Consegui resolver fácil fazendo um patch indicado aqui. Isso só confirma uma das grandes vantagens do Ubuntu - que é uma comunidade grande e ativa.

Reinstalação de sistema operacional é quase como o "arrumar gavetas" antigamente e dá uma sensação parecida a ouvir a musica de ano novo da Globo. A de começar denovo e ver as mesmas coisas de cara nova (ou com a mesma cara de antes, mas parecendo mais bonitas por estarem em cima do novo papel de parede do Ubuntu).

Aproveitei pra instalar umas coisas que já precisava a algum tempo. Depois de terminar meu estágio na Google me senti meio triste de perder várias ferramentas que eu usava e gostava tanto. Minha tristeza durou pouco. Descobri que várias delas se tornaram OpenSource a pouco tempo. Em code.google.com eu achei várias coisas legais, como o googletest, o framework de testes da Google, o pprof, uma ferramenta de profiling que faz uma série de coisas interessantes (permite você ver se existem memory leaks, onde estão os bottlenecks do seu código em termos de tempo de CPU e de memórias, ...) e uma série de outras coisas legais.

domingo, 3 de agosto de 2008

Jeremy Trends

Eu estava assitindo ao capítulo final da quarta temporada de LOST (calma, não precisa parar de ler, não vou contar nada importante) e, como sempre tem várias coisas abertas e referências pelo menos inusitadas. Nesse ponto você pode estar pensando que eu deveria estar fazendo algo mais produtivo, e nesse ponto eu concordo com você - por isso normalmente evito começar a assitir essa séries. Depois de alguns episódios eu não consigo mais parar e lá se vai um slot semanal de uma hora (ok, um slot divertido não é necessariamente um slot perdido). Mas não é disso que eu queria falar.

Sem spoilers, falam de um tal de Jeremy Bentham. Eu fui logo procurar no Google e na Wikipedia e, mais tarde, pensei que mais gente deve ter feito o mesmo. E eu não estava errado:

O Google Trends mostra estatísticas de busca por determinados termos na internet. É bem interessante ver a correlação dos fatos com o que as pessoas estão buscando. Mais legal é poder comparar dois tipos de busca. Se você ainda pensa que esse pico de busca por Jeremy Bentham pode ter sido um surto de interesse por filosofia politica inglesa dos séculos XVIII - XIX, vc pode comparar, por exemplo, com keywords como "LOST" ou "LOST season" e depois com "philosophers" e ver qual a correlação mais provável. Veja o resultado.

Nota breve: falar em correlação sempre do livro Freakonomics (Steven Levitt) - no Brasil acho que ele é publicado pela Editora Campus. Aliás, descobri que tem um blog no NYT do livro.

Voltando aos Trends, resolvi procurar meu sobrenome e encontrei um pico muito grande no fim de 2005:


e pensei no que eu estava fazendo de interessante nessa época ou que evento especial teria acontecido na família pra o nome Paes Leme estar aparecendo tanto. Depois de pensar um pouco descobri que foi quando a Fernanda Paes Leme (não, não adianta pedir para eu apresentar. Infelizmente ela não é minha prima) pousou para a Playboy brasileira.

domingo, 13 de julho de 2008

Mighty Aphrodite


Ficar em BH no fim de semana tem aumentado minha cultura cinematográfica. Tenho tido tempo de ficar em casa e assistir a alguns filmes que a algum tempo queria ver. Gosto muito do Woody Allen e já a algum tempo queria ver os filmes dele mais antigos - que não peguei no cinema. Eu vi ontem Mighty Aphrodite (em português, Poderosa Afrodite). Muito interessante e teatral. Gosto principalmente dos elementos que o Woody coloca pra representar o interior dos personagens... as conversas com cegos na rua e, nesse filme em particular, o coro grego e os personagens mitológicos. A bonito como ele consegue dar um contorno de tragédia (e/ou comédia) grega às histórias cotidianas.

O filme fez eu ver, dentre outras coisas, o quão pouco eu conheço de mitologia, mas como dizem "Google and Wikipedia are your friends..." então lá fui eu. Vi a alguns meses atrás um filme recente do Woody chamado Cassandra's Dream (o sonho de Cassandra) e na época acabei não procurando - mas agora foi inevitável.

//TODO: ler algum livro de mitologia

Bom, mas lá fui eu e enfim descobri que a Cassandra da mitologia é a filha do rei de Tróia. De acordo com a Wikipedia, ela era muito bonita e Apolo se apaixonou por ela lhe dando o dom de prever o futuro. Como ela não correspondeu o amor dele, ela recebeu a maldição de que ninguém acreditaria nas suas previsões. Ela previu a Guerra de Troia, o episodio do cavalo, dentre outras coisas sem que ninguém lhe desse ouvido. Nesse filme ela aparece como uma espécie de consciência do personagem principal anunciando as tragédias que estão prestes a acontecer, mas ele não lhes dá ouvidos.

No "Sonho de Cassandra", esse filme mais recente, isso é apenas o nome de um barco, que se não me engano foi dado em homanegem a um cavalo de corrida. Agora o nome faz um pouco mais de sentido para mim - havia uma tragédia anunciada no filme - e todos percebiam de certa forma os contornos que tudo estava tomando - mas relutavam em acreditar no que estava claro...

Em tempo: li hoje que a operação da Policia Federal que prendeu Daniel Dantas se chama Satiaghara - nome do movimento pacifico conduzido por Mahatma Gandhi na India. Lembro que a operação da PF na Daslu se chamava Operação Narciso e não para por aí, Arca de Noé para a operação contra o jogo do bicho, Operação Eros contra um certo remédio pra disfunção erétil, dentre outras. O pessoal da PF está fazendo o dever de casa. Marketing ou não, fico feliz em saber que existem pessoas sofisticadas e imaginativas na policia. Imaginação é algo que não falta no crime, bom que tenha do outro lado também. Achei um artigo legal sobre o tema e uma lista das operações da PF (com os nomes, naturalmente), pra quem quiser ir a fundo...

sábado, 12 de julho de 2008

Mundo à Noite


Esse site da Nasa tem uma das minhas imagens preferidas em alta resolução. Em essência, é um mapa de luminosidade noturna do mundo. Alguns podem dizer que isso é uma prova da poluição luminosa e o quão prejudicial isso é para a humanidade (para os astrônomos, principalmente).

Eu particularmente acho que além de ser um bom indicador de desenvolvimento, é um daqueles belos exemplos de poesia científica. Algumas coisas que eu acho bem divertidas:

* Achar o Rio de Janeiro no mapa
* Ver que o Brasil é principalmente povoado na costa
* Distinguir com clareza a fronteira da India
* Ver como o Egito é povoado ao longo do Nilo
* Ver poucas e isoladas grandes cidades na Australia
* Seguir o trajeto da Trans-Siberiana na Russia
* Se impressionar como a Europa, os EUA e o Japão são iluminados
* Ver que Paris, a cidade-luz (La Ville-lumière) é realmente um ponto muito brilhante à noite

Devem ter bem mais coisas curiosas... Sugestões?