quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hayao Miyazaki

Eu nao sou um grande fa de historias japonesas - nunca li muito manga, as manias de Cavaleiros do Zodiaco e Pokemon eram legais, mas nao me deixavam tao aficcionado quanto as outras criancas. Eu podia levar uma vida bem distante do oriente se nao fosse por Hayao Miyazaki. Foi mais ou menos sem querer que eu descobri um dos filmes dele: eu perdi a Viagem de Chihiro (Spirited Away) no cinema e nem ia ver depois. Um dia, no entanto, trocando de roupa pra ir a faculdade eu liguei a televisao como quem nao quer nada e estava passando. Eu comecei a ver e acabei nao saindo de casa: fiquei lah vendo o filme ateh o final, impressionado e me culpando por nao ter visto antes.

Tem aquela sensacao de voce querer comer algo bom e nao saber dizer o que eh. Quando no futuro voce de fato prova algo que te agrada bastante, voce pensa: ah, era aquilo que eu queria. Bom, eu sinto isso com historias tambem. Volta e meio eu penso: eu bem que queria ler uma historia assim, mas nao encontro. Algum tempo depois eu acho algo incrivelmente bom e fico pensando qu era aquilo. A Viagem de Chihiro foi um exemplo excepcional disso. Eu encontrei todos os elementos de fantasia que eu geralmente procuro em historias nele. Ele consegue um equilibrio entre nonsense e racionalidade como poucos.



Logo eu procurei os outros filmes do mesmo diretor e descobri que ele tinha outros no mesmo estilo. Howl's Moving Castle eh um dos melhores dele. My Neighbor Totoro e Kiki's Delivery Service sao bons, tambem, mas mais infantis. Comecei a escrever sobre isso porque essa semana eu vi um outro filme dele: Princess Mononoke. - que tem um sabor semelhante aos dois primeiros de que eu falei. Um amigo meu jah tinha me falado o quao legal esse era, mas eu por alguma razao acabei nao vendo. Vi que ele tem um filme novo no cinema: Ponyo, que ainda nao vi, mas depois eu comento.

Ver os varios filmes eh ainda mais interessante, porque eles todos dialogam de certa forma. Como nas historias fantasticas e contos de fada, os temas sao bem recorrentes, guerras, maquinas voadoras, conflitos ambientais, fronteira tenue entre o bem e o mal, equilibrio delicado da natureza, ...

Todos os filmes sao desenhos animados, mas eh dificil dizer que sao historias pra criancas. Os temas sao complicados - eh sempre necessario pensar por algum tempo pra entender o que estah acontecendo. E sinceramente, acho que eh bem facil as criancas menores se assustarem (bastante) com os personagens do filme.

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Comecei a ler um pouco mais a noite: terminei o segundo volume daquele romance sueco (bem legal) e comecei o Barao nas Arvores. Esse ultimo eh uma aposta certa: ele faz parte de uma trilogia do Italo Calvino chamada Nossos Antepassados. Os outros dois: Visconde Partido ao Meio e Cavaleiro Inexistente eu li a muito tempo atras e estao entre os meus livros preferidos. Nao sei como deixei passar esse.

sábado, 1 de agosto de 2009

Coraline

Eu tenho visto poucos filmes, mas tenho tido em geral sorte com os que eu ando assistindo. Hoje assisti Coraline, filme baseado em um livro do Neil Gaiman. Isso me faz pensar que eu provavelmente deveria tentar ler os livros dele, porque eu jah gostei muito de outro filme tambem baseado em um dos seus livros: Stardust. Mas voltando a Coraline, tudo eh impressiontemente bem orquestrado - a simetria (ou assimetria) das diversas partese o modo como os diversos elementos sao elegantemente combinados me lembra as fabulas antigas. Um livro que gosto muito eh o livro de fabulas compiladas pelo Italo Calvino, chamado Fabulas Italianas:

As fabulas tem elementos comuns que conseguem criar uma atmosfera magica e dar um ritmo interessante a historia. Por exemplo a repeticao de elementos: "entao voce deve passar por tres bruxas, se elas estiverem de olhos fechados, espere, porque elas estao vigiando. Se estiverem de olhos abertos, passe, pois elas estao dormindo. E entao voce vai encontrar tres leoes, se eles...". O mesmo tipo de repeticao de elementos acontece em Coraline, seja por elementos como botoes e esferas ou por mesmas cenas re-contadas em varios contextos: realidade, sonho e pesadelo.

Taughannock Falls de bicicleta


A uns dois meses eu comprei uma bicicleta aqui em Ithaca. O verao aqui eh otimo: o tempo eh excelente e a regiao eh cheia de parques nacionais, vinicolar, cachoeiras e lagos. Eu pedalado quase todo dia pra faculdade. A cidade aqui eh cheia de sobes-e-desces, o que torna isso um bom exercicio. Mas tenho feito poucas rides longas. Logo que eu comprei a bicicleta eu pedalei ateh o aeroporto, ateh o laboratorio de ornitologia e hoje eu fiz a primeira ride longa: ateh o Taughannock Park, que eh um state park a uns 18 km de Ithaca.

Eh interessante como a paisagem de NY state muda abruptamente em alguns lugares. O campus de Cornell e arredores eh uma area bem sofisticada - cheia de otimos restaurantes, principalmente restaurantes etnicos. Eh uma area bem internacional: eh muito facil ouvir todo tipo de linguas alem de ingles sendo falada (ok, principalmente essa outra lingua eh chines ou coreano, mas mesmo assim). Indo um pouco mais pro downtown, a imagem muda para algo que eu imagino ser mais proximo de uma cidade americana media: dinners tipicos, fast-foods, casas enfeitadas para o 4 de julho e pessoas com jeito e penteados de atores de filmes da decada de 80. Hoje, margeando o Lago Cayuga de bicileta eu vi uma outra cara da regiao - uma area com ares meio nauticos, uma serie de barcos parados no cais, restaurantes de frutos do mar, casas enfeitadas com pequenos farois e ancoras e placas como "Ben's Harbour".

O Taughannock Park e suas respectivas Falls foram bem legais e valeram bastante a pena. Fiquei agora com vontade de fazer a volta em torno do lago, mas acho que essa ainda vai me exigir mais preparacao e algumas rides intermediarias.